segunda-feira, 27 de junho de 2016

Transbord(A)mar.

Hoje, outra vez falei sobre o fim do relacionamento.
Julguei-me. Defini motivos. Exaltei as coisas boas. Fingi saudade.

Repeti desculpas pré-moldadas, por não mais seguir adiante.
Apaguei o amor que senti durante alguns anos.
Me odiei por destruir os sonhos de outro ser.

Martirizei meus atos, como se fossem o pior crime cometido por alguém.
"Modo automático" é o termo que defini para o sentimento de solidão presente no meu peito.

Começou errado, e não teria outro fim , convenci-me...

Osho disse certa vez, que o Rio tem medo de chegar ao mar, visto que a vastidão das águas salgada, o fariam sumir.
Então, sem escolha, o Rio se entrega a vastidão.
E nesse momento, que as águas, doce e salgada, se fundem, e o Rio entende que não sumiu, mas que se tornou mar. Tornou-se parte. E a essência de ser Rio misturou-se e renasceu em mar.

Quando eu, Rio, atirei a vastidão do outro ser, não encontrei o mar.
Parei em uma represa, e esperei atrás do paredão.
A represa rachou e me transformou em um pequeno filete de água, transpassando a muralha.
Achei que o ciclo me levaria a algo maior e fiquei ali.
Cheguei a aceitar e a acreditar que tinha chegado ao fim do meu destino.

Certo dia, sem chegar a lugar nenhum, cansei de "filetar" por entre aquele caminho.
Enchi. Transbordei. Fiz com que minha água jorrasse para todos os lados.
Sai por vários caminhos diferentes e continuei perdido.
Acelerei-me correnteza.
Tornei-me foz, caindo de um rochedo e bati com força entre as pedras ao final do penhasco.
Parte do Rio que sou perdeu-se. Outra parte seguir o fluxo, beirando as margens.
Encontrei solos áridos e os doei parte da minha água.
Não parei para ver as flores que ali, talvez, florescesse com o pouco que me doei.
Tive medo que aqueles solos, fossem novamente barragens, tornando-me outra vez um filete.

Ainda sigo nesse vale da vida, sendo Rio.
Transbordo-me toda vez que sinto que estou me tornando filete guiado.
Desde minha nascente até a Foz atual, contorno obstáculos que impedem de fluir.
Carrego comigo em correnteza, a essência de tudo o que já aguei.
Considero-me um Rio perene, capaz de seguir percorrer qualquer caminho.
Não sei ser raso, tampouco considero-me profundo.
Espero o dia que vou tornar-me mar, mesmo com medo da imensidão.
Desejo ser mar. Quero ser imensidão. Tornar minha essência parte do todo.
E nada poderá represar-me outra vez, fazendo-me acreditar que meu destino não é ser mar.
O que me faz pensar...
Já está na hora de eu transbordar.

quarta-feira, 22 de junho de 2016

Não vá para luz....

- Oi, menu nome é Caio.
Então as vozes na minha cabeça respondem, em coro:
- Oi Caio!
 Continuo meu discurso, para diversas lembranças, sentadas em circulo à minha frente:
- Estou lúcido faz alguns meses. Não sei ao certo dizer quanto tempo. Mas se for para datar um tempo exato, diria que desde janeiro, estou sem a embriagues moral que me assola durante anos.

E o cenário do meu delírio muda.
Dentro de um teatro, em pé em cima de um palco, sou almejado por uma plateia ensandecida, se manifestando em aplausos e assovios em minha direção.
Não enxergo a fisionomia das lembranças que aplaudem meu discurso de ex ébrio, pois luzes muito fortes ofuscam minha visão.

Afinal de contas, lucidez ou sobriedade?

Sobriedade.
Moderado, temperança, equilíbrio.
Aquele que engole as dores diárias.
Contido.
Demonstra força exterior, quando o interior está em caos e desordem total.
Adequado ao meio que se vive.
Infeliz...

Lucidez
Mente limpa, coerente, quando tem discernimento, atento, alerta, acordado, enfim sóbrio.
Discernimento sobre o que deve fazer, e o que gostaria de fazer.
Aceito pelas atitudes coerentes, que agradam a um nicho de pessoas  hipócritas e infelizes, tornando-se parte.
Torna-se um praticante da hipocrisia diária, trocando a pseudoverdade dita a si, para uma mentira descarada estampada na cara, para ser enxergado pelo todo.
Lucidez me lembra a palavra Lúcifer.
Lúcifer, o ser de maior luz criado por Deus. Condenado por confrontar seu criador. O anjo caído.
Condecorado pelo cristianismo à ser o rei do inferno. O demônio.
Seria então a lucidez um demônio, que carregamos dentro da nossa cabeça?  

Ótimas opções temos essa noite, senhores convidados!
Sentem-se. Tomem seus lugares. Vai começar mais um capitulo da tragédia grega que é a minha vida.
Agradeço à vocês, lembranças, por me fazerem companhia em mais um devaneio.

Hoje, a historia é sobre escolhas.
Pode ser um capitulo repetido, mas se prestarem atenção ao desenrolar da coisa, vão entender que essas escolhas são sobre a nova fase sóbria ou lúcida que tenho vivido.

Essa fase parece pesar muito mais, do que a embriaguez. 
Talvez esteja relacionado ao fato de encarar a vida como ela é. Crescer.
Crescimento dói. 
Essa dor contida.
Dor que tenho falado e alimentado durante tempos. Dia após dia.
Deixe a dor doer, me disseram. Deixe esvair o que sente, me aconselharam.
"Seja você mesmo, não vai me machucar."
Me sinto um egoísta por não conseguir sentir o mesmo que me pedem e sentem.
Vivo uma vida dupla, diante minha própria moral.
Moral essa destruída pelo consumo de doses cavalares de pseudos.
Esse é meu somma. Os pseudos.
Agora, sóbrio, consigo avaliar o estrago interno que fiz à mim mesmo.
Resultado desse estrago é uma dor presa na garganta, um coração cheio de medos e cicatrizes e muita confusão mental.
Com o passar dos dias, a coerência tem sido o remédio de cura, mas não significa que não tenha abstinência.
As noites de insônia podem confirmar o que escrevo.
Atitudes tomadas por medo.
Crises de falta de ar. Leves... mas constantes.
Coração acelerado.
E um frio na alma, que gela a espinha.

Se Morpheu ofertasse à mim aquelas pílulas, eu teria escolhido a azul.

Embriaguez, afinal, me parece a escolha sábia. Passar pela vida, sem ser notado não deve ter muitos ônus, sendo que não se teme o que não se conhece.

Só que uma vez lúcido, é o mesmo que ter visto a Matrix... não tem como voltar atrás.
E qualquer uma das suas escolhas depois da pílula vermelha, será como tirar um pedaço da sua humanidade.
A cor se esvai.
O mundo não tem mais cura para você.

E o que antes era poesia, se torna uma única palavra, sem sentido até aqui...

Indiferença.

  
 

quinta-feira, 12 de maio de 2016

A verdade mais pura que já inventei...

Quanto custa suas escolhas? Já parou para pensar?


Nenhuma culpa fala mais alto do que mentiras ditas a si mesmo.
E aparentemente, a sociedade te incentiva a se tornar uma mentira clichê.

Mas como outra boa mentira dita a si mesmo, culpar o externo, é mais fácil que admitir seus erros.
Disse outras vezes, e repito incansavelmente: mentiras repetidas diversas vezes se tornam verdades.
Essas pseudoverdades vendidas a si, servem apenas para porquês nossos de cada dia.
Tais porquês, dilaceram sua vísceras lentamente, tornando a dor tão insuportável, a ponto de comprarmos qualquer uma das pseudoverdades que nosso inimigo cria.
Sim, inimigo. Do yourself. Você é seu próprio vilão, de um drama que ninguém quer assistir.
Um drama de segunda linha. Sem cor e sem graça.

Mas como convencer uma mentira que ela não existe?
Se aceitarmos as verdades reais que nos assolam, seremos capazes de sobreviver?

A quanto tempo sobrevivo?

Será que existe vida após a sobriedade?

Sobre a idade.
Pesa. dia a dia. noites de insônia, e anos jogados pela janela por pseudoverdades tão sem valor quanto o texto que descrevo a vós.

Quem és tu, vilão do meu ser?

Repito a mim mesmo, diversas vezes, como se fossem dois seres em eterna batalha dentro de um coração partido.

Uma batalha que perco diariamente.
Me perco.

Mas como todo bom viciado, um dia de cada vez.
Me destruo dia dia em pseudoverdades, e na manhã seguinte recomeço.
Minto mais uma vez dizendo que hoje vai ser diferente.
Assim, logo no primeiro raio de luz que adentra meu ego, recomeço a mentira de ser quem eu sou.

Mas afinal de contas, quem és tu?

Já não sei quem eu sou, perdido entre pseudoverdades que criei para me afastar de mim

Sinceramente... Prefiro ignorar essa pergunta, porque, provavelmente, vou mentir mais uma vez.




quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

O tempo de AMAR.

Hoje, um dia de calor qualquer, em um mês de fevereiro qualquer, em um ano com expectativas qualquer, acordei pensando qual seria o verdadeiro tempo do amor.
Será que existe algum tempo exato que o amor começa e o tempo que ele termina?
Mas depende, que tipo de amor estamos falando? Amor pelos seus ideais? Amor a sua familia? Amor por alguém? O que é exatamente o amor?
Amor não tem hora. Amor não tem data. Amor não tem medida. Amor não tem SAIDA.
Amor indubitavel. Amor iniqualavel. Amor individualizado. Amor ponderado. Amor desiqual. Amor casual.
Amor limitado. Amor subjulgado. Amor subjetivo. Amor subtraido. Amor não correspondido...
O que é isso? Esse tal de AMOR.
Não tem como falar. Não tem como expressar. Não tem como definir. Não tem como saber.
A única opção é SENTIR.
Eu sinto. Tu sentes. Ela não sente.

Depois de longos 5 meses perdido entre SOMOS e NÃO SOMOS, ESTAMOS e NÃO ESTAMOS, cheguei a conclusão a simples conclusão que EU TE AMO.
Não me pergunte como, não pergunte quanto, não me pergunto por que. Simplesmente é isso...
Você nunca vai ouvir isso de mim. Nem mesmo tem porque saber disso. Só dizendo.
Já falei sobre amor próprio. Já falei de amar a vida. Mas hoje... só hoje, vou falar do meu amor por você.
Você vai embora. Nem sei o que vai acontecer depois, ou se vai acontecer alguma coisa depois, Mas depois de 5 meses que tanto me enganei, você conseguiu. Me fez querer, gostar, apaixonar, AMAR...
Por mais longe que vc vá, ou por mais afastada que esteja, não prometo de amar pra sempre, mas prometo que um dia você teve meu coração... e isso, talvez não seja muito para você, mas doeu demais em mim.

Espero um dia te encontrar de novo. Espero que nossa história aconteça de novo. Espero que eu não repita isso tudo que disse agora, de novo.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Pura besteira...

Me disseram que nada seria fácil,
Nunca pensei no tão difícil.
Frases feitas não me compram,
Nem me faz entrar em declínio.
Deixo pra trás todo o passado,
Não penso mais no que se tornou.
Talvez nem pense mais em você.
Nunca existiu toda essa dor.
Sentimento imaculado,
Guardo só pro que virá.
Vivo certo de mais um dia,
Logo tudo passará.
A certeza simplesmente.
Não serve mais acreditar.
Aos poucos você sai da minha mente.
Aos poucos eu consigo me orientar.


Que seja eterno enquanto dure,
Que não dure nada pra passar.
Que seja feita sua vontade,
Que sua vontade seja a mesma que a minha.
Que seja correto em dizer,
Mas quando diga, não seja completamente verdade.
Que toda critica pese,
Desde que não doa a ponto de ofuscar.
Que todo amor cure,
Que a cura não te deixe cicatriz.
Que as lagrimas ardam em seus olhos,
Que as mesmas lagrimas, lavem seu coração.


Que toda dor que eu sinta hoje, valha cada segundo doído.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

A pseudoverdade da minha vida.

Fazendo uma alto avaliação da minha evolução (acredito que seja normal esse tipo de coisas no fim do ano), percebi que muita coisa mudou, mas a essencia é a mesma. Ano passado estava falando sobre a mesma coisa, claro que com algumas criticas mais pesadas sobre mim mesmo, mas eu estava. Se bem que se eu comparar o que mudou na minha vida, COM CERTEZA posso dizer que estou muito melhor. Esse ano, fui capaz de aprender a ME valorizar. Conheci muita gente nova. Provei pra mim mesmo que não preciso de muito pra ser feliz, e nem de alguém em especifico pra alcançar a suprema alegria de viver. 2011, com toda certeza, foi o ano que mudou minha vida! Claro que isso é só até o fim do ano que vem... Porque até la, muita coisa pode acontecer e mudar minha vida de novo. E isso é muito bom! ACONTECER, MUDAR, RENOVAR, COMEÇAR DE NOVO. É tudo valido pra sua alto-estima e crescimento pessoal. Eu não quero que meu passado volte. Nem quero descobrir o meu futuro. Um dia após o outro! É disso que eu to falando! E claro, como é praxe de todo fim de ano, eu to apaixonado. Mas dessa vez essa pessoa vale a pena. Acho que dessa vez eu acertei e vai ser duradouro! Me apaixonei por mim mesmo... E é exatamente o que eu desejo pro mundo, nesse ano novo! Se apaixone por si mesmo. Faça coisas que te façam bem. Seja ciumento por si mesmo. Deixe exalar pelos poros da sua pela esse amor próprio, que o mundo vai te perceber. Domine seus pensamentos e não o contrario. Enfim... Faça tudo! Mas tudo mesmo...por você. Se descubra! Depois de um tempo, faça uma alto avaliação e perceba o bem que fez a si, e as pessoas a sua volta que realmente te querem bem.



O BEM é um legado que ninguém pode tomar de você. Seja lembrado por isso.


FELIZ 2012!

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Como tudo na vida... Ta na hora de deixar tudo pra trás. Acho que ta na hora de crescer.